Saúde na UTI

Médicos lourencianos paralisam atividades

Profissionais que atuam na Santa Casa de São Lourenço do Sul estão há quatro meses sem salários

Divulgação -

s médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul paralisaram as atividades na madrugada da última sexta-feira. Sem receber salários desde setembro de 2016, dívida com profissionais é próxima a R$ 1 milhão, de acordo com direção do hospital. Médicos de anestesia, radiologia, pediatria, cirurgia e ginecologia atendem apenas emergências, informou o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Apenas o pronto-socorro e o setor de internações estão funcionando. Simers garantiu atendimento em casos de emergência.
“É uma dívida sanável”, assim definiu o administrador da casa, José Ney Lamas. Ele contou à reportagem que teria feito uma proposta de pagamento de 50% do atrasado, o que não foi aceito pelos profissionais. De acordo com o sindicato, a intenção é manter a greve até a quitação total dos salários de setembro, outubro, novembro e dezembro. Os honorários de janeiro vencem na próxima semana. Ao todo são cerca de 50 médicos envolvidos. Destes, 24 estariam paralisados, de acordo com Lamas e o Simers. O hospital recebe, mensalmente, R$ 800 mil do governo do Estado e R$ 400 mil da prefeitura - o equivalente a 82% da receita bruta. Segundo o administrador, o hospital opera com R$ 600 mil de saldo negativo mês a mês.
Titular da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Gabriel Andina disse que já notificou o hospital que está sem anestesista e pediatra, o que inviabiliza o setor obstétrico do hospital. Hoje, não seria possível realizar um nascimento na Santa Casa da cidade. Como o contrato entre governo do Estado e hospital é baseado em produção, ou seja, em número de atendimentos e procedimentos, cada dia paralisado será descontado no valor contratual. “Garantimos junto ao Hospital de Caridade de Canguçu o atendimento, caso seja necessário a realização de um parto, por exemplo”, disse Andina, mesmo que o Simers tenha garantido que casos de emergência serão atendidos normalmente em São Lourenço. Recentemente, o Estado quitou a dívida com a Santa Casa lourenciana. O valor repassado foi de aproximadamente R$ 600 mil, segundo Andina, e eram referentes a março, abril e dezembro de 2016.
Frente à pasta da Secretaria Municipal da Saúde e Bem-Estar Social (SMSBES), Arita Bergmann, garantiu que os atendimentos de partos prestes a acontecer e que sejam de baixo risco serão atendidos em São Lourenço. Caso seja um parto de risco com urgência e emergência, os pacientes serão encaminhados para Canguçu. “Temos veículos e ambulâncias de plantão, caso seja necessário”, disse Arita.
Segundo nota divulgada pelo Simers, em janeiro a dívida do hospital superava os R$ 22 milhões. A Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul realiza em média 250 atendimentos diários e atende também as cidades de Turuçu, Amaral Ferrador e Cristal. Somadas, cidades contam com população estimada em mais de 62 mil habitantes.

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